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(30/Abr) | Professor de Filosofia - Rio Maria - PA - FADESP - 2013 | ||
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
21. "Baseado nas distinções essenciais entre fenômenos psíquicos e fenômenos físicos que Brentano estabeleceu em suas obras, Husserl vê na intencionalidade a característica fundamental da consciência." (NUNES, Benedito. Filosofia Contemporânea, Belém, EDUFPA, p. 98) Por intencionalidade da consciência, Husserl entendia (A) a índole essencialmente receptiva da consciência no que diz respeito ao conhecimento do objeto. (B) o caráter da consciência de estar voltada para os objetos, numa forma de relacionamento imediato que se traduz pela ideia de orientação, de direção. (C) a capacidade da consciência de abrigar as imagens ou as representações dos objetos que afetam os sentidos. (D) o caráter da consciência de se fechar sobre si mesma, ignorando os objetos que a rodeiam. 22. Protágoras expressa o postulado fundamental do ensino sofístico no famoso princípio "o homem é a medida de todas as coisas, das coisas que são enquanto são, das coisas que não são enquanto não são." (PROTÁGORAS, apud PLATÃO, Teeteto, Belém, EDUFPA, p. 32) O significado deste princípio foi analisado por Platão em sua obra Teeteto. Segundo o autor, Protágoras queria dizer que (A) as coisas são percebidas da mesma forma pelos diferentes homens, uma vez que o objeto da sensação é o mesmo. (B) as sensações que temos do objeto nunca são iguais, seja para o mesmo homem, seja para homens diferentes, uma vez que o objeto e o homem mudam a cada instante. (C) as coisas são para mim conforme me aparecem, como serão para ti segundo te aparecem, pois eu e tu somos homens. (D) o homem é compreendido como senhor de suas próprias possibilidades, podendo, face às suas dificuldades e limitações, ter percepções distintas do mesmo objeto. 23. "Julgamos conhecer cientificamente cada coisa, de modo absoluto e não, à maneira sofística, por acidente, quando julgamos conhecer a causa pela qual a coisa é, que ela é sua causa e que não pode essa coisa ser de outra maneira" (ARISTÓTELES, Segundos Analíticos, apud PEREIRA, Oswaldo Porchat. Ciência e dialética em Aristóteles, São Paulo, Ed. UNESP, p.35). Para Aristóteles, só há conhecimento científico de uma coisa quando (A) a conhecemos através do nexo que a une à sua causa necessariamente. (B) conhecemos causalmente o que se manifesta a nós de forma contingente e não necessária. (C) é possível traduzir as relações causais entre os fenômenos em termos de relações quantificáveis. (D) se é capaz de determinar a causa imediata que produz o efeito e se comprovar esse nexo através da experiência. 24. Sartre, em sua conferência "O existencialismo é um humanismo", estabelece com traço característico da concepção existencialista, a aceitação do princípio de que a existência precede a essência. Para o existencialismo, dizer que a existência precede a essência significa que (A) o ser do homem determina o seu modo de existir, as suas escolhas e as suas ações. (B) o homem primeiramente existe, descobre-se, surge no mundo e só depois define o que ele é. (C) a existência humana é obra de Deus, pois somente ele é capaz de conferir existência a tudo o que há no mundo. (D) a natureza humana é determinada pelas condições espirituais do momento histórico em que o homem vive. 25. "O bom senso é a coisa do mundo melhor partilhada, pois cada qual pensa estar tão bem provido dele, que mesmo os que são mais difíceis de contentar em qualquer outra coisa não costumam desejar tê-lo mais do que têm." (DESCARTES, R. Discurso do Método, São Paulo, Abril cultural, 1979, p.29). Para Descartes, o bom senso é a coisa melhor partilhada porque (A) as regras do pensar são aplicadas corretamente por todos os homens. (B) todos os homens, ao conhecer o mundo e as coisas, seguem os procedimentos da lógica indutiva. (C) pelo senso comum, os homens descobrem as mesmas verdades que a ciência. (D) todos os homens possuem a mesma capacidade para julgar e distinguir o verdadeiro do falso. 26. "Uma [...] opinião, incompatível com a natureza do Estado é a de que o detentor do poder soberano está sujeito às leis civis. É certo que todos os soberanos estão sujeitos às leis de natureza, porque tais leis são divinas e não podem ser revogadas por nenhum homem ou Estado. Mas o soberano não está sujeito àquelas leis que ele próprio, ou melhor, que o Estado fez." (HOBBES, T. Leviatã, São Paulo, Abril cultural, 1979, parte II, p. 194) Para Hobbes, o soberano não está sujeito às leis civis porque (A) ele é o legitimo representante de Deus na terra. (B) tais leis emanam da vontade do povo que as aprovou em assembleia. (C) ele detém a sabedoria da arte de governar. (D) acima de seu poder não há nenhum outro poder. 27. Nas obras de São Tomás de Aquino, transparece a intenção de mostrar que a verdade contida na filosofia de Aristóteles não só se compatibiliza inteiramente com a doutrina cristã como até auxilia a compreensão dos aspectos da religião que são acessíveis à razão. (CHAUÍ, Marilena et ali. Primeira Filosofia: Lições introdutórias, São Paulo Editora Brasiliense, p.39) Tal intenção de São Tomás de Aquino se justifica porque (A) no seu entender, não há diferença entre filosofia e religião, pois ambas ensinam o caminho da salvação. (B) ele considera que o mais elevado conhecimento de que somos capazes de ter, o conhecimento de Deus, pode ser alcançado pela força da razão. (C) ele julga que não há brusca ruptura entre razão e fé, pois muitas verdades da religião são susceptíveis de demonstração racional, visto que a fé não contradiz a razão. (D) a filosofia de Aristóteles trata de Deus, do mundo, do movimento e da razão de suas existências da mesma forma que a doutrina cristã, ou seja, utilizando-se de argumentos racionais. 28. "Kant, ao contrário de Baumgarten, criador do termo "estética", segundo o qual os juízos sobre a beleza pertenciam à província de uma "cognição inferior", mediada pelos sentidos, que completa a cognição "clara e distinta" mediada pelo intelecto, nega que a nossa apreensão da beleza seja cognição." (OSBORNE, H. Estética e Teoria da arte, São Paulo, Cultrix, p. 159). Para Kant, a experiência estética se fundamenta (A) no sentimento dos objetos que nos satisfazem, independentemente da natureza real que possuem. Essa satisfação começa e termina com os objetos que a provocam. (B) na intuição intelectual, inseparável dos conceitos, mediante a qual formamos ideias das coisas e de suas relações. (C) na sensibilidade e no entendimento, pois as intuições sem os conceitos são cegas e os conceitos sem as intuições são vazios. (D) em uma faculdade empírica especifica, que possibilita ao homem perceber as coisas e deleitar-se com o reconhecimento do belo. 29. Uma das tarefas da lógica consiste em determinar a validade das inferências. Uma inferência é considerada válida, do ponto de vista lógico, quando (A) a conclusão for uma consequência necessária das premissas, ou seja, quando as premissas forem verdadeiras, a conclusão será necessariamente verdadeira. (B) as premissas são gramaticalmente bem formadas, compostas de sujeito e predicado, e todas são verdadeiras. (C) é composta por três proposições categóricas, sendo duas premissas e uma conclusão; as premissas são verdadeiras e a conclusão é falsa. (D) a conclusão não decorre necessariamente das premissas, podendo-se inferir de duas premissas negativas uma conclusão afirmativa. 30. Uma importante diferença da concepção de Locke acerca do conhecimento com relação à de Descartes está na consciência das "operações de nossa mente", que ele denomina de "reflexão". Para Locke, a "reflexão" é entendida como uma (A) faculdade sensível que nos permite perceber os objetos externos e formar as ideias sobre elas. (B) faculdade intelectual que organiza as impressões recebidas pelos sentidos externos e produz as ideias correspondentes a essas impressões. (C) parte constitutiva da experiência; embora não seja vista como relacionada com os objetos externos, ela está relacionada com estes e deve, propriamente, ser chamada de sentido interno. (D) autoconsciência que nos permite obter um acesso direto às ideias complexas, utilizando-se dos sentidos externos. GABARITO: 21 B 22 C 23 A 24 B 25 D 26 D 27 C 28 A 29 A 30 C |
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Como referenciar: "Provas - Professor de Filosofia - Rio Maria - PA - FADESP - 2013" em Só Filosofia. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2025. Consultado em 03/07/2025 às 13:59. Disponível na Internet em http://www.sofilosofia.com.br/vi_prova.php?id=146