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Provas de concursos e vestibular

 
(22/Fev) Prova e Gabarito - Professor de Filosofia - Instituto Federal de Educação - RS - 2011
 
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

11. Tomás de Aquino (1224 - 1274), na Suma Teológica destaca a distinção entre fé e razão e redefine a sua relação, em diálogo com a tradição filosófica e teológica. Sobre a relação: fé e razão, podemos dizer que para Aquino:
A) A filosofia e a teologia têm a mesma autoridade na definição das verdades da fé;
B) A filosofia é autônoma no conhecimento e a teologia, na fé;
C) Fé e razão se contrapõem. Mas deve-se preferir a teologia à filosofia;
D) A teologia natural é idêntica à filosofia.
E) Nem a razão e nem a revelação seriam capazes de nos enganar, se o nosso espírito compreendesse plenamente os dados da fé;

12. Galileu Galilei (1564-1642), considerado o criador da ciência moderna, e um dos maiores astrônomos de todos os tempos, devido as observações pioneiras que fez com o telescópio. Promoveu uma mudança de método, determinando a história da ciência moderna. Essa mudança consiste no uso do método rigoroso e controlado - da matemática -, também no campo dos objetos físicos. Afirmando que "[...] o livro da natureza está escrito em caracteres matemáticos" e que, "sem um conhecimento dos mesmos, os homens não poderão compreendê-lo". Assim, podemos afirmar que:
I. Para o conhecimento científico todos os objetos físicos são da mesma natureza, podendo ser tratados de modo idêntico;
II. Os primeiros princípios do método científico de Galileu são: observação, experimentação e regularidade matemática;
III. Galileu se aproxima dos pitagóricos, distanciando-se de Arquimedes;
IV. Para Galileu tudo aquilo que se apresenta à nossa observação está escrito em linguagem lógica;
Quais as afirmações corretas?
A) I e II
B) I e III
C) II e IV
D) III e IV
E) I e IV

13. Nicolau Maquiavel (1469 - 1527), na obra O Príncipe, tem como problema central, como chegar e se manter no poder. E para resolver esse problema ele abandona a forma metafísica tradicional e adota o "realismo político", que apresenta leis universais de luta pelo poder, a partir de um estudo empírico, que, no caso, depende de duas coordenadas teóricas, que são:
A) Filosofia política (Política) e Filosofia moral (Moral);
B) Filosofia da história (História) e Psicologia humana (Antropologia);
C) Filosofia moral (Moral) e Retórica;
D) Filosofia política e Psicologia humana (Antropologia);
E) Filosofia moral (Moral) e Filosofia da história (História)

14. Francis Bacon (1561 - 1626), chamado por muitos como o filósofo da idade industrial, da ciência planificada, rejeita a filosofia de Aristóteles, como sendo uma filosofia estéril para a produção de obras que beneficiassem a vida do homem e propõe um novo método para alcançar o domínio da natureza, mediante o conhecimento.
A sua "Grande Instauração" consiste em dois momentos distintos, que são:
A) Experiência e indução;
B) Experiência e dedução;
C) Teoria dos ídolos e indução;
D) Teoria dos ídolos e experiência;
E) Indução e dedução.

15. Os contratualismos de Thomas Hobbes (1588-1679) e de Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) são formas distintas de instituir e legitimar o Estado. Sendo que para Hobbes o objetivo é garantir a paz e para Rousseau, a essência do homem, a liberdade. Desta forma é correto afirmar que:
A) Para Hobbes e Rousseau a monarquia é a melhor forma de governo;
B) Para Hobbes e Rousseau não há direito sem o Estado;
C) Para Hobbes e Rousseau o mais racional é viver no Estado justo;
D) Para Hobbes e Rousseau o contrato é o meio através do qual se estabelece os direitos e deveres do Soberano e dos súditos;
E) Para Hobbes a verdadeira liberdade é a "natural", em oposição à "dos súditos" e para Rousseau a verdadeira liberdade é a "natural" em oposição à "convencional".

16. De acordo com René Descartes (1569-1650), o mais importante não é "[...] ter o espírito bom, o principal é aplicá-lo bem". E é com essa compreensão que ele escreve o Discurso do Método, estabelecendo os quatro preceitos do método, através dos quais ele chegou à verdade.
Assim é incorreto afirmar que para Descartes:
A) A primeira verdade não contém em si a segunda verdade;
B) Os sentidos podem nos conduzir ao engano, e por isso, o conhecimento à sua base pode ser considerado falso;
C) Os raciocínios matemáticos podem ser colocados em dúvida;
D) A primeira verdade é uma dedução racional, a partir da dúvida universal;
E) A evidência é o critério supremo para o conhecimento verdadeiro.

17. Imanuel Kant (1724-1804), afirma na Crítica da razão pura, que as ciências (matemática e física) passaram do "tatear" ao conhecimento científico, devido a uma "revolução súbita", uma mudança de método, uma mudança na maneira de pensar, que consiste em compreender que:
I. "[...] só conhecemos a priori das coisas o que nós mesmos nelas pomos";
II. "Os juízos matemáticos são todos sintéticos";
III. "[...] a própria experiência é uma forma de conhecimento que exige concurso do entendimento, [...]";
IV. "Na metafísica, (...), deve haver juízos sintéticos a priori [...]".
Quais as afirmações corretas?
A) I e IV
B) I e III
C) II e IV
D) II e III
E) III e IV

18. Auguste Comte (1798-1857), iniciador do positivismo francês e pai da sociologia, têm um projeto de reforma universal, que abrange além da ciência, outros setores da vida humana.
Segundo esse projeto a humanidade segue uma "grande lei fundamental", constituída de três estágios, que são:
A) O teológico, o metafísico e o positivo;
B) O metafísico, o científico e o sociológico;
C) O metafísico, o teológico e o positivo;
D) O religioso, o humanista e o científico;
E) O politeísta, o monoteísta e o positivista.

19. Imanuel Kant (1724-1804), afirma na Fundamentação da metafísica dos costumes, que o imperativo categórico é o imperativo da moralidade. Estabelecendo a fórmula: "Age apenas segundo uma máxima tal que possas ao mesmo tempo querer que ela se torne lei universal". A partir dessa obra, podemos afirmar que:
I. O princípio da moral se fundamenta na razão humana e não nos resultados;
II. A moral não precisa ser ensinada, mas explicada;
III. O imperativo categórico é um juízo formal, analítico;
IV. A autonomia é o fundamento da dignidade.
Quais as alternativas corretas?
A) III e IV
B) II e IV
C) II e III
D) I e IV
E) I e III

20. Imanuel Kant (1724-1804), afirma na obra Crítica da faculdade do juízo, que "entre a faculdade cognitiva e a faculdade apetitiva situa-se o sentimento do prazer, como a faculdade do juízo entre o entendimento e a razão". Dessa forma assinale com V as alternativas corretas e com F as falsas.
( ) O sublime é o que somente pelo fato de poder também pensá-lo prova uma faculdade do ânimo que ultrapassa todo padrão de medida dos sentidos;
( ) O verdadeiro sublime pode estar contido na forma sensível, como também nas ideias da razão;
( ) O juízo reflexivo, pensa o particular como contido no universal;
( ) O juízo reflexivo remonta do particular ao universal;
( ) O juízo estético oferece a fundamentação transcendental da moral.
A sequência correta de cima para baixo é:
A) V - F - V - V - F
B) V - F - F - F - F
C) V - F - V - V - V
D) F - F - V - V - F
E) V - F - F - V - F

21. Sobre a ideologia positivista da ciência de Comte podemos afirmar que ela propõe uma homogeneidade epistemológica entre as ciências sociais e as ciências naturais. Esta consideração metodológica do conhecimento da realidade remete a que tipo de relação entre ciência e sociedade:
A) A uma identidade entre natureza e sociedade e uma explicação da dominação social regida por leis contingentes.
B) A uma identidade entre natureza e sociedade e uma explicação da dominação social regida por leis histórica e culturalmente mutáveis.
C) A uma identidade entre natureza e sociedade e uma explicação da dominação social como regida por leis naturais invariáveis.
D) A uma identidade entre natureza e sociedade e uma explicação da dominação social regida por leis casuais.
E) A uma identidade entre natureza e sociedade e uma explicação da dominação social regida por leis transcendentes dadas por Deus.

22. O "fetichismo da mercadoria", como nos diz Marx, consiste no fato de que "uma relação social determinada dos próprios homens [...] toma para eles a forma fantasmagórica de uma relação entre coisas". E ainda: "As relações sociais que seus trabalhos privados mantêm aparecem aos produtores [...] como relações impessoais entre pessoas e relações sociais entre coisas impessoais". (Apud BALIBAR, 1995, p. 71). Que atualidade podemos derivar da crítica marxiana ao "fetichismo da mercadoria"?
A) A inexistência de modos de sujeição implicadas pelos processos de troca no capitalismo contemporâneo, como a coisificação.
B) O fetichismo da mercadoria é apenas uma aparência que pode ser abolida se suprimirmos o dinheiro.
C) O trabalho humano objetivado em mercadorias é um dado positivo devendo ser expurgada toda linguagem que interprete a mercadoria como possuindo aspectos "teológicos" ou "sensíveis supra-sensíveis".
D) A ideia da reificação do mundo burguês generalizada nas formas mercantilizadas das atividades sociais, ou seja, a tendência global de predomínio da racionalidade econômica como coordenadora das relações sociais no capitalismo sobrepondo-se à racionalidade ética.
E) As relações de produção no capitalismo contemporâneo são livres e igualitárias, consubstanciadas no próprio contrato de trabalho e na "liberdade" de compra e venda.

23. A filosofia de Husserl vincula-se ao problema tradicional do método. Husserl procura um método que restitua à filosofia o rigor da ciência no sentido cartesiano. A filosofia deve ser crítica da atitude natural, da aceitação dos dados imediatos do mundo e da consciência no mundo. A Fenomenologia visa constituir transcendentalmente um terreno onde seja possível localizar os fundamentos do saber numa anterioridade lógica em relação ao saber científico. Considere as alternativas abaixo:
I. Husserl segue o lema "de volta às coisas mesmas". Procura superar a oposição entre realismo e idealismo, entre sujeito e objeto, consciência e mundo.
II. O objetivo da fenomenologia é uma reforma completa da filosofia que faça desta uma ciência de fundamentação absoluta e purificada de falibilidades.
III. A époche fenomenológica, o "por entre parênteses" o mundo, que abandona a atitude natural, coloca o mundo de um lado e a consciência transcendental de outro.
IV. A base natural da realidade é secundária em seu valor de realidade: pressupõe constantemente a transcendental.
V. Husserl pode ser visto como um herdeiro direto de Descartes e Hegel.
A alternativa em que todas as afirmações são
INCORRETAS é:
A) II,III e V.
B) II, III e IV
C) I, II e IV
D) I, III e V
E) I, IV e V

24. A que pensador contemporâneo são atribuídas as teses a seguir:
1ª) O poder é uma estratégia. É compreendido como um exercício que alia saberes e práticas e privilegia as resistências em face de uma tomada revolucionária do poder do Estado. A ideia de um poder maciço global, do qual tudo parte ou ao qual todo retorna, não se sustenta.
2ª). O poder está em toda parte. O poder vem de toda parte - o que não significa que ele englobe tudo.
A) Gilles Deleuze
B) Felix Guattari
C) Jean-François Lyotard
D) Jacques Rancière
E) Michel Foucault

25. No marco das transformações paradigmáticas do fordismo ao pós-fordismo, muitos teóricos sociais contemporâneos apontam para a necessidade de pensar o novo papel do Estado. Giuseppe Cocco, em seu texto Trabalho e Cidadania - produção e direitos na era da Globalização (2001) aponta para um deslocamento do conceito de cidadania colocando esta como condição essencial à inserção produtiva. Atribui à falta de cidadania a lentidão do crescimento. Assinale a alternativa que não se encaixa neste debate sobre a mudança paradigmática.
A) A problemática da integração-exclusão, desenvolvimento-desigualdade se transforma neste novo contexto.
B) O crescimento lento tem como consequência a desigualdade social.
C) O Estado tem que repensar as políticas econômicas na perspectiva da imediata redução (superação) das desigualdades.
D) O acesso aos serviços, à universalização do acesso aos saberes constituem a condição efetiva ao crescimento e geram impacto sobre a dinâmica do emprego.
E) É a cidadania que determina a inserção produtiva, na medida em que a produtividade é socializada e depende da integração dos cidadãos cooperando entre si.

26. Roberto Machado em seu livro Zaratustra: tragédia nietzschiana (1997) interpreta a problemática da morte de Deus como o "niilismo do homem moderno", com seu projeto de desvalorização dos valores supremos, dos valores mais elevados. Por que razão a religião judaico-cristã e a filosofia socrática-platônica são, por natureza, niilistas, na visão de Nietzsche?
A) Porque julgam e desvalorizam a vida temporal a partir do mundo supra-sensível eterno, considerado o verdadeiro.
B) Porque o platonismo é o cristianismo para o povo.
C) Porque as verdades da metafísica e da religião são verdades superiores, transcendentes.
D) Porque Nietzsche quer provar que Deus não existe.
E) Porque Nietzsche que preparar a vinda do Anti-Cristo, que promoveria a melhora da humanidade.

27. Considere as seguintes alternativas relacionadas à fenomenologia existencial de Sartre extraídas do texto O existencialismo é um humanismo.
I. O homem primeiramente existe, se descobre, surge no mundo; e só depois se define.
II. Não há natureza humana, visto que não há Deus para a conceber.
III. O homem é, antes de mais nada, algo que se projeta em direção ao futuro e ciente que está fazendo isso.
IV. O homem é liberdade porque a essência precede sua existência.
A alternativa em que todas as afirmativas estão
CORRETAS é:
A) I e II.
B) II, III e IV.
C) I, III e IV.
D) I, II e IV.
E) I, II e III.

28. Frente à natureza, entre seus múltiplos significados, podemos ver o homem como observador, pesquisador, configurador, mas também como explorador, expropriador e destruidor. Ao mesmo tempo, o homem é parte deste todo que se chama de "bioesfera". Podemos pensar que estes aspectos contraditórios fazem parte do processo antropológico que se formou paulatinamente ao longo da civilização. Pensando esta tensão dialética em termos filosóficos, em termos de razão, que tipo de desenvolvimento histórico da modernidade se encontra subjacente à crise ecológica que ameaçou a humanidade no século XX?
A) O esgotamento dos recursos, a contaminação do solo, da água, da atmosfera, a extinção das espécies, a ameaça atômica e a explosão demográfica.
B) O predomínio de uma racionalidade cognitiva-técnico-instrumental, uma razão subjetiva desprendida da razão objetiva e tomada como soberana e senhora do mundo.
C) A realização do ditado bíblico: "crescei e dominai a terra".
D) A forma como a sociedade é organizada, onde pessoas passam fome, crianças são jogadas no lixo, onde o aumento da riqueza produz o aumento da pobreza e da fome no mundo.
E) A razões políticas histórico-contingentes, como o nazismo, o fascismo, o stalinismo.

29. Sobre a ética do discurso de Habermas é INCORRETO afirmar que:
A) Refere-se a questões práticas e a conflitos no nível da ação moral que poderiam em princípio ser decididos através da argumentação, portanto, de modo consensual.
B) Reconstrói o princípio de universalização kantiano (Imperativo Categórico) e abandona a teoria dos dois reinos de Kant (mundo fenomênico e mundo inteligível).
C) Procura superar a perspectiva monadológica do paradigma da filosofia consciência individual.
D) Segue a linha de um conceito formal, universal, deôntico e cognitivo da moral identificado na tradição filosófica que remonta a Hegel.
E) A universalização ética pretendida por Habermas ancora-se, por um lado, em formas de vida concreta (mundo da vida) e, por outro lado, busca ultrapassá-los através do processo de argumentação (comunidade ideal de fala).

30. A pergunta "o que é filosofia?" normalmente remete a outras confabulações. Sobre esse tema, analise as afirmativas abaixo e marque "V" para verdadeiro e "F" para falso.
( ) a primeira característica da atitude filosófica é negativa, isto é, um dizer não aos "pré-conceitos," aos "pré-juizos", as fatos e às ideias da experiência cotidiana, ao que "todo mundo diz e pensa", ao estabelecido;
( ) uma segunda característica da atitude filosófica é positiva, isto é, uma interrogação sobre o que são as coisas, as ideias, os fatos, as situações, os comportamentos, os valores, nós mesmos;
( ) as faces da atitude filosófica constituem o que se pode chamar atitude crítica, a qual deve apresentar-se separável da noção de racional;
( ) a filosofia inicia sua investigação naquele instante em que abandonamos certezas cotidianas e não dispomos de nada para substituí-las ou para preencher a lacuna deixada por elas;
( ) a filosofia se volta preferencialmente para os momentos de crise no pensamento, na linguagem e na ação, embora seja nesses momentos críticos que se manifesta mais claramente a desnecessidade de fundamentação das ideias, dos discursos e das práticas em função da urgência nas soluções.
Avaliando essas declarações, marque a alternativa que contempla corretamente a sequência de cima para baixo.
A) F,F,V,F e V;
B) V,F,F,V e F;
C) V,V,V,V e V;
D) V,V,F,V e F;
E) V,F,V,V e F;

"A ciência tem início quando se compreende que o universo é um todo natural, com comportamentos imutáveis e próprios - comportamentos que podem ser determinados pela razão humana, mas que estão além do controle da ação humana".
(CORNFORD, 2001, p. 9)
31. Com base nos estudos sobre o nascimento da Filosofia, analise as frases abaixo.
I. Quanto ao distanciamento do ser com relação ao objeto externo, no desenvolvimento da raça humana, a descoberta de que existem coisas exteriores ao ser deve localizar-se em tempos remotos. Mas uma coisa é fazer esta descoberta, e outra coisa bastante diferente é chegar à ideia de que esses objetos externos possuem uma natureza própria, estranha à natureza do homem, e que não exibem nem simpatia nem hostilidade pelas paixões e desejos do ser humano.
II. No homem, bem como nos animais superiores, o primeiro uso da inteligência foi estabelecer meios de alcançar os fins práticos que não podem ser alcançados de imediato. Assim, a inteligência, em todos os tempos, não atendeu exclusivamente aos objetivos da ação.
III. A princípio o alcance do pensamento era limitado pelas imperiosas necessidades da ação. Eram selecionadas na medida em que entravam para as atividades humanas. Não eram interessantes pelo que são em si mesmas, mas como coisas com as quais podemos fazer algo ou que podem agir sobre nós.
Sobre a chamada época pré-científica na história do pensamento filosófico, conclui-se que:
A) I, II e III estão corretas;
B) Somente I está correta;
C) Somente II está correta;
D) Somente I e II estão corretas;
E) Somente I e III estão corretas;

32. Segundo o Relatório Belmont de 1978, os princípios éticos básicos que devem ser levados em conta na bioética são: o respeito pelas pessoas, a beneficência e a justiça. Este relatório foi reformulado por Tom Beauchamp e James Childress e, ao publicarem o livro Princípios da ética biomédica, acrescentaram, entre outras coisas, o princípio da não maleficência, desmembrando-o do princípio da beneficência.
Assinale a alternativa que melhor define o princípio da não maleficência aplicado à ética dos profissionais da saúde:
A) Não fazer juízos sobre os pacientes.
B) Curar o paciente.
C) Se não se pode fazer o bem a um paciente, curando-o, por exemplo, deve-se, ao menos, evitar causar-lhe mal.
D) Fazer o menor mal possível.
E) Se um profissional da saúde não pode fazer o bem ao paciente, deve, ao menos, causar-lhe pequenos danos.

33. Entre as afirmações a seguir apenas uma se refere à cosmogonia e não à cosmologia.
Identifique-a.
A) Ele [Anaximandro] diz que aquilo que produz, a partir do eterno, o calor e o frio se separou quando da geração deste mundo, e que a partir dele uma espécie de esfera de camas se formou em volta do ar que circunda a Terra, como a casca em redor da árvore. Quando esta [a esfera] estalou e foi encerrada em determinados círculos, foi então que se formaram o Sol e a Lua e os astros.
(Pseudoplutarco, Strom., 2 in REZENDE, 2005)
B) Alguns há, como Anaximandro entre os antigos, que afirmam que ela [a Terra] se mantém imóvel devido ao equilíbrio. Pois convém que aquilo que está colocado ao centro, e está a igual distância dos extremos, de modo algum se desloque mais para cima ou para baixo ou para os lados; e é-lhe impossível mover-se simultaneamente em direções opostas, pelo que se mantém fixa, por necessidade.
(Aristóteles, De Caelo, B13, 295 b 10 in: REZENDE, 2005)
C) [segundo Anaximandro] os corpos celestes nascem como círculos de fogo separados do fogo do mundo e cercados de ar. Há respiradouros, aberturas como as da flauta, nos quais aparecem os corpos celestes; consequentemente, os eclipses dão-se quando os respiradouros são obstruídos. A Lua é vista ora a aumentar, ora a diminuir, consoante a obstrução ou abertura dos canais. O círculo do Sol é 27 vezes maior do que [a Terra, o da] Lua [18 vezes]; o Sol é o mais alto, e os círculos das estrelas fixas são os mais baixos.
(Hipólito, Ref., I, 6, 4-5 in: REZENDE, 2005)
D) [segundo Anaxímenes] A Terra, sendo plana, é transportada pelo ar, e semelhantemente o Sol, a Lua e os outros corpos celestes, todos eles ígneos, vão sobre o ar graças à sua configuração plana.
(Hipólito, Ref., I, 7, 4 in: REZENDE, 2005)
E) Anaxímenes diz que os astros estão implantados, como pregos, no cristalino.
(Écio II, 14, 3-4 in: REZENDE, 2005)

34. Relacione as colunas.
I - Heráclito
II - Parmênides
( ) somente a mudança é real e a permanência é ilusória;
( ) somente a identidade e a permanência são reais e a mudança é ilusória;
( ) o devir, o fluxo dos contrários, é a aparência sensível, mera opinião que formamos porque confundimos a realidade com as nossas sensações, percepções e lembranças;
( ) a luta é a harmonia dos contrários, responsável pela ordem racional do universo;
( ) o mundo em que se vive não tem sentido, não pode ser conhecido, é uma aparência impensável e nos faz viver na ilusão.
A sequência correta de cima para baixo encontra-se na alternativa:
A) II, I, I, II e I;
B) II, II, I, I e II;
C) I, I, II, II e I;
D) I, II, II, I e II;
E) I, II, II, II e I;

35. Em Sócrates (470-399 a.C.) encontramos a Ironia e a Maiêutica, bem como um elevado grau de antropologia.
Sobre esses temas apenas não é possível afirmar ser verdadeiro no pensamento do referido filósofo.
A) A formação humana é uma espécie de "operação de trazer para fora" e diálogo, este que se realiza por parte de um mestre, o qual desperta, levanta dúvidas, solicita pesquisa, dirige e problematiza;
B) Sócrates fixa em seu pensamento dois tipos de Paidéia entre os quais um mais político ligado aos papéis sociais dos indivíduos, distintos quanto às qualidades intrínsecas da sua natureza que os destinam a uma ou outra classe social e política;
C) O diálogo abre para a dialética, ou seja, para a unificação através da oposição, construindo uma unidade que tende a tornar-se cada vez mais rica;
D) A Paidéia de Sócrates é problemática e aberta; mas fixa o itinerário e a estrutura do processo com as escolhas que o sujeito deve realizar; consigna o modelo de formação dinâmico e dramático, mas ao mesmo tempo individual e universal;
E) Sócrates reconhece o caráter pessoal da formação, seu processo carreado de tensões, sua tendência ao autodomínio e autodireção e o fato de ser uma tarefa contínua;

36. Leia as afirmações abaixo sobre o tema A Ética Aristotélica.
I. Aristóteles sustentou que haveria três formas de felicidade. A primeira seria uma vida de prazer e divertimentos; a segunda estaria em uma vida como cidadão livre e responsável e, a terceira, em uma vida como pensador e filósofo. Enfatizou ainda que estes seriam três critérios distintos, sendo a felicidade resultado da adoção de exclusiva de um ou outro.
II. No que se refere às relações humanas, Aristóteles advogava que não deveríamos ser covardes, mas corajosos, não miseráveis ou extravagantes, mas liberais.
III. Aristóteles defendia que o homem somente será feliz usando todas as suas habilidades e capacidades.
A alternativa que contempla a única informação adequada sobre o tema é:
A) I, II e III são verdadeiras;
B) Somente I é verdadeira;
C) Somente I e II são verdadeiras;
D) Somente I e III são verdadeiras;
E) Somente II e III são verdadeiras;

37. O texto aristotélico da Política teve uma grande influência no desenvolvimento da ciência política em nossa tradição e faz parte de um conjunto de estudos que inclui o exame de um grande número de constituições das cidadesestados gregas da época, das quais só chegou até nós A Constituição de Atenas.
A passagem selecionada a seguir contém parte da definição aristotélica do homem como "animal político" (zoon politikón). Propositalmente, algumas expressões e/ou palavras foram retiradas do texto - substituídas por pontilhados - e reunidas integralmente em uma única alternativa. Após a leitura do texto marque aquela opção que melhor preenche as lacunas respectivamente.
"Aquele que é naturalmente um marginal ama a guerra e pode ser comparado a uma peça fora do jogo. Daí a evidência de que o homem é um animal político mais ainda que as abelhas ou que qualquer outro animal gregário. Como dizemos frequentemente, a natureza não faz nada em vão; ora, o homem é o único entre os animais a ter ___________. (...) Trata-se de uma característica do homem ser ele o único que tem o senso do bom e do mau, ___________, bem como de outras noções deste tipo. É a associação dos que têm em comum essas noções que constitui __________ e o Estado".
A) Linguagem - do justo e do injusto - a família;
B) Família - do bom e do ruim - a comunidade;
C) Sociedade - do útil e do inútil - a sociedade;
D) Simbologia - do certo e do errado - a nação;
E) Cultura - da virtude e do malefício - o território;

38. Aurelius Augustinus ou Santo Agostinho como é tradicionalmente identificado deixou um legado no qual se situam obras como Contra os Acadêmicos (escrita em 386), Solilóquios (387), Do Livre-Arbítrio (388-395), De Magistro (389), Confissões (400), Espírito e Letra (412), A Cidade de Deus (413-426) e as Retratações (413-426). Quase todas assumiram caráter polêmico, em decorrência dos diversos conflitos que o bispo de Hipona teve de enfrentar. À síntese que realizou, ele mesmo deu a denominação de "filosofia cristã".
Nesse contexto o filósofo estabelece a relação entre Fé e Razão, tema sobre o qual, nas alternativas abaixo, apenas não é possível afirmar:
A) O núcleo em torno do qual gravitavam as ideias agostinianas é o conceito de beatitude, entretanto, esta não foi fruto de procedimento intelectual, e sim de ato de intuição e de fé;
B) O problema da felicidade constitui, para Agostinho, a motivação do pensar filosófico;
C) A filosofia é, para Agostinho, a essência da relação entre Fé e Razão, destinada a um fim que encontra suas razões existenciais nela mesma;
D) A Razão relaciona-se, em Agostinho, duplamente com a Fé: precede-a e é sua consequência;
E) Na filosofia agostiniana é necessário compreender para crer e crer para compreender;

39. "Arístocles, de cognome Platão (428-7 a 348-7 a.C), ateniense, foi discípulo de Sócrates. Vivendo nos bastidores da política desde criança, pois sua família descendia de pessoas importantes politicamente, percebe muito bem as manobras políticas de seu tempo. Muito aprende com Sócrates contra os sofistas, a desmascará-los como os que utilizavam da palavra independentemente da verdade, que Sócrates tanto prezava. Com a condenação do mestre, por acusações indébitas e tramoia política, Platão fica desiludido com a justiça. Mas, a influência socrática continuaria nele; a exemplo disso, tem-se a sua preocupação em precisar os conceitos em nome do conhecimento e questão da ética. O objetivo platônico, passa, então, à associação entre verdade e filosofia, voltando aos ideais políticos de conceber algo justo".
PLATAO. A República. Trad. Pietro Nassetti. São Paulo: Martin Claret, 2003, complemento de leitura. (Col. A obra-prima de cada autor).
De suas experiências e viagens, Platão elaborará a concepção do "sábio governante", que expressa na sua obra A República. Na referida obra, mais especificamente no livro VII, o seu "Mito da Caverna" expõe o seu dualismo a nível do seu idealismo no campo do conhecimento. Entre as citações abaixo marque "V" para verdadeiro e "F" falso nas afirmações retiradas do "Mito da Caverna" e, por vezes, modificadas a fim de testar vossos conhecimentos sobre o tema - Platão: das aparências ao mundo das ideias perfeitas. As declarações a serem marcadas como verdadeiras são aquelas que contemplam integralmente o pensamento do filósofo Platão e as declarações a serem marcadas como falsas podem ter sido alteradas em seu sentido original. Logo após estabelecer uma sequência de cima para baixo, aponte a alternativa que corresponda inteiramente a esse encadeamento.
( ) "... se um homem nessas condições descesse de novo para o seu antigo posto, não teria os olhos cheios de trevas, ao regressar subitamente da luz do Sol?";
( ) "... pessoas nessas condições não pensavam que a realidade fosse senão a sombra dos objetos";
( ) "... olharia mais facilmente para as sombras, depois disso, para as imagens dos homens e dos outros objetos, refletidas na água, e, por último, para os próprios objetos";
( ) "Mas quem fosse inteligente (...) lembrar-se-ia de que as perturbações visuais são duplas, e por dupla causa, da passagem da luz à sombra, e da sombra à luz";
( ) "... a educação não é o que alguns apregoam que ela é. Dizem eles que arranjam a introduzir ciência numa alma em que ela não existe, como se introduzissem a vista em olhos cegos";
( ) "... à lei não importa que uma classe qualquer da cidade passe excepcionalmente bem, mas procura que isso aconteça à totalidade dos cidadãos, harmonizando-os pela persuasão ou pela coação, e fazendo com que partilhem uns com os outros do auxílio que cada um deles possa prestar à comunidade".
A) F,V,F,F,V e F
B) F,V,V,V,F e V
C) V,V,F,V,F e F
D) V,V,V,V,V e V
E) V,F,V,F,V e V

40. Segundo Gabriel Chalita (2005), o Silogismo é para Aristóteles a forma mais adequada de estrutura lógica de pensamento. Esse conceito tem um significado bastante específico na doutrina aristotélica: é o encadeamento de duas premissas (uma geral e outra particular) que levam a uma conclusão particular.
No Silogismo tem de haver um relacionamento específico entre as premissas; o que, de forma abstrata, pode ser descrito da seguinte forma:
Premissa 1: Todo A é B.
Premissa 2: C é um exemplar de A.
Conclusão: C é B.
Ou então, de maneira concreta, exceto na conclusão da alternativa:
A) Os mamíferos (A) respiram (B).
O elefante (C) é um mamífero (A).
Logo, o elefante (C) respira (B).
Esse é um exemplo de silogismo válido, pois quando ambas as premissas são verdadeiras, a conclusão será necessariamente verdadeira.
B) Todo animal é perigoso.
O gato é um animal.
Logo, o gato é perigoso.
Embora esse silogismo esteja corretamente estruturado, sua primeira premissa é falsa, o que faz com que a conclusão seja inconsistente.
C) O cobre é condutor de eletricidade, e a prata, e o
ouro, e o ferro, e o zinco...
Logo, todo metal é condutor de eletricidade.
Nesse silogismo encontra-se uma proposta analógica, onde sempre é possível oferecer conclusões verdadeiras a partir da semelhança entre casos particulares.
D) Todos os mamíferos (A) têm sangue quente (B).
O corvo (C) é uma ave (D).
Logo, o corvo (C) tem sangue quente (B).
Nesse caso, não há nenhuma ligação entre as premissas. Embora a conclusão seja verdadeira, o silogismo é inválido.
E) Os livros (A) são feitos de papel (B).
O boletim escolar (C) é feito de papel (B).
Logo, o boletim escolar (C) é um livro (A).
Aqui se obtém uma conclusão falsa a partir de duas premissas verdadeiras. A ligação correta entre as premissas se dá quando a premissa particular apresenta um caso específico do conjunto descrito na premissa geral.

GABARITO:
11-E
12-A
13-B
14-C
15-C
16-D
17-B
18-A
19-B
20-E
21-C
22-D
23-A
24-E
25-B
26-A
27-E
28-B
29-D
30-D
31-E
32-C
33-A
34-D
35-B
36-E
37-A
38-C
39-D
40-C
     

 
 
Como referenciar: "Provas - Prova e Gabarito - Professor de Filosofia - Instituto Federal de Educação - RS - 2011 " em Só Filosofia. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2025. Consultado em 04/07/2025 às 09:46. Disponível na Internet em http://www.sofilosofia.com.br/vi_prova.php?id=97